A Infraestruturas de Portugal (IP) mantém como uma das suas prioridades ambientais a redução da mortalidade de fauna nas estradas. Para este efeito foi criado o Programa de Monitorização da Mortalidade de Fauna nas estradas da IP, em curso desde 2010, com o contributo indispensável dos Oficiais de Inspeção e Apoio que diariamente registam os animais detetados nas vias. 

Em 2024, foram registados 1674 atropelamentos, com quatro pontos críticos identificados no âmbito dos indicadores estabelecidos. Foram também identificadas as vias com maior incidência de atropelamentos de espécies sensíveis, bem como as que apresentam maior incidência de acidentes com ungulados (cervídeos e javalis), devido aos riscos acrescidos que estas espécies representam em termos de segurança rodoviária. Com base na análise efetuada, foram determinados os troços com maior prioridade em termos de intervenção para minimização destes riscos.

Os mamíferos foram o grupo de animais silvestres mais afetado (74,5%), maioritariamente carnívoros, com predominância de raposas. Seguiram-se as aves (22,6%), em especial de garças-boieiras, passeriformes e aves de rapina noturnas. Os répteis, maioritariamente cobras, apresentaram valores menos expressivos (2,7%), enquanto os anfíbios, como habitualmente, apresentaram valores bastantes reduzidos (0,3%) o que estará relacionado com a sua baixa detetabilidade e elevada taxa de degradação.

Nalguns dos troços críticos identificados foram aplicadas medidas para reduzir o risco de atropelamento dos animais, como a adaptação de passagens hidráulicas e a implementação de vedações com malha reforçada, estando outras em fase de planeamento.

Pode consultar aqui o Relatório relativo aos resultados de 2024 e as medidas de minimização aplicadas:

Relatório de Monitorização da Mortalidade de Fauna 2024

Ações de Conservação da Natureza da IP

Programa de Monitorização da Mortalidade de Fauna

Os dados mostram uma redução sustentada da mortalidade das espécies-alvo na maioria dos troços intervencionados, demonstrando que os objetivos do Programa estão a ser cumpridos. 

Efetivamente, apesar de algumas flutuações, ao longo dos anos, a tendência dos valores de mortalidade é decrescente, o que poderá estar motivado em parte pela aplicação de medidas de minimização de atropelamentos, a partir dos primeiros resultados deste Programa. Acresce que estão a ser cumpridas as metas estabelecidas em termos de indicadores, nomeadamente a redução dos pontos críticos reincidentes e a redução do "valor faunístico" (parâmetro que considera o número de ocorrências e a sensibilidade ecológica das espécies atropeladas), ao longo dos anos.

Com a informação resultante deste Programa, é possível aprofundar o diagnóstico da mortalidade da fauna, identificar zonas críticas, responder de forma expedita às solicitações internas e externas e implementar medidas de minimização (intervenções em zonas críticas ou a incluir nos projetos de beneficiações de estradas ou de passagens hidráulicas, numa ótica de otimizar a relação custo/benefício das medidas).

Em 2023, este programa foi distinguido pela APEE - Associação Portuguesa de Ética Empresarial como boa prática ambiental, no âmbito do "Reconhecimento de  Práticas em Responsabilidade Social e Sustentabilidade", no Eixo I – Responsabilidade Social, Categoria Ambiente: Redução de Impactes, reforçando o papel da IP na conservação da biodiversidade e segurança rodoviária.

Com o prosseguimento do Programa, a IP não só promove melhores níveis de segurança rodoviária, como promove o cumprimento dos objetivos de conservação da biodiversidade a que se propôs, no âmbito da sua responsabilidade ambiental.

Notícias relacionadas